LEI Nº 3.207, DE 18 DE JULHO DE
1957
Publicada no DOU de 22/07/1957
Regulamenta as atividades dos empregados
vendedores, viajantes ou pracistas.
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber
que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art 1º
As atividades dos empregados vendedores, viajantes ou pracistas serão
reguladas pelos preceitos desta lei, sem prejuízo das normas estabelecidas
na Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto-lei número
5.452, de 1 de maio de 1943 - no que lhes for aplicável.
Art 2º O empregado vendedor terá direito à
comissão avençada sobre as vendas que realizar. No caso de
lhe ter sido reservada expressamente, com exclusividade, uma zona de trabalho,
terá esse direito sobre as vendas ali realizadas diretamente pela
empresa ou por um preposto desta.
§ 1º
A zona de trabalho do empregado vendedor poderá ser ampliada ou
restringida de acordo com a necessidade da empresa, respeitados os dispositivos
desta lei quanto à irredutibilidade da remuneração.
§ 2º
Sempre que, por conveniência da empresa empregadora, for o empregado
viajante transferido da zona de trabalho, com redução de
vantagens, ser-lhe-á assegurado, como mínimo de remuneração,
um salário correspondente à média dos 12 (doze) últimos
meses, anteriores à transferência.
Art 3º
A transação será considerada aceita se o empregador
não a recusar por escrito, dentro de 10 (dez) dias, contados da data
da proposta. Tratando-se de transação a ser concluída
com comerciante ou empresa estabelecida noutro Estado ou no estrangeiro,
o prazo para aceitação ou recusa da proposta de venda será
de 90 (noventa) dias podendo, ainda, ser prorrogado, por tempo determinado,
mediante comunicação escrita feita ao empregado.
Art 4º O pagamento de comissões
e percentagem deverá ser feito mensalmente, expedindo a empresa,
no fim de cada mês, a conta respectiva com as cópias das faturas
correspondentes aos negócios concluídos.
Parágrafo
único. Ressalva-se às partes interessadas fixar outra época
para o pagamento de comissões e percentagens, o que, no entanto,
não poderá exceder a um trimestre, contado da aceitação
do negócio, sendo sempre obrigatória a expedição,
pela empresa, da conta referida neste artigo.
Art 5º
Nas transações em que a empresa se obrigar por prestações
sucessivas, o pagamento das comissões e percentagens será
exigível de acordo com a ordem de recebimento das mesmas.
Art 6º
A cessação das relações de trabalho, ou a inexecução
voluntária do negócio pelo empregador, não prejudicará
a percepção das comissões e percentagens devidas.
Art 7º Verificada a insolvência do comprador,
cabe ao empregador o direito de estornar a comissão que houver pago.
Art 8º Quando for prestado serviço de inspeção
e fiscalização pelo empregado vendedor, ficará a empresa
vendedora obrigada ao pagamento adicional de 1/10 (um décimo) da
remuneração atribuída ao mesmo.
Art 9º
O empregado vendedor viajante não poderá permanecer em viagem
por tempo superior a 6 (seis) meses consecutivos. Em seguida a cada viagem
haverá um intervalo para descanso, calculado na base de 3 (três)
dias por mês da viagem realizada, não podendo, porém,
ultrapassar o limite de 15 (quinze) dias.
Art 10.
Caracterizada a relação de emprego, aplicam-se os preceitos
desta lei a quantos exercerem funções iguais, semelhantes
ou equivalentes aos empregados-viajantes, embora sob outras designações.
Art 11.
Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Rio de janeiro,
em 18 de julho de 1957; 136º da Independência e 69º da
República.
JUSCELINO KUBITSCHEK
Parsifal
Barroso
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